ORQUÍDEAS * BROMÉLIAS: abril 2014

sábado, 26 de abril de 2014

184 - Orquídea: Rodriguezia bahiensis

"O nome "Rodriguezia (Lindl.) Richb. f. faz uma homenagem ao botânico e médico espanhol do século XVIII, Manuel Rodriguez. É também conhecida popularmente como véu de noiva. Seu cultivo requer médias experiência com orquídeas".

"Rodriguezia bahiensis Rchb.f. é uma orquídea epífita, nativa e endêmica do Brasil, cujas áreas de ocorrência vão desde os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco, além de Minas Gerais. Pode ser encontrada preferencialmente nos resquícios de Mata Atlântica[i]”.


Observação endógena: as explicações complementares para esta orquídea são semelhantes com aquelas que estão presentes na postagem da Rodriguezia bracteata. Adianto que as flores se iniciaram em fevereiro deste ano e ainda perduram (até os dias atuais) em algumas touceiras; em mais de 70 belas flores.
 
 
 
 
 

[i] Barros, F. de. Et al. Orquídeas na lista de espécies da flora brasileira. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabout/floradobrasil/FB12159>.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Bromélia: sementes de Tillandsia



“A primeira descrição de uma Tillandsia que se tem notícia (Tillandsia utricularia), data do inicio do século XVII, e foi feita por Gaspard Bauhin. Mas foi apenas um século depois (1737) que o gênero Tillandsia surgiu na literatura, por Lineu. Ao longo dos anos e explorações da América do Sul, a família Bromeliaceae e o gênero Tillandsia tiveram o seu numero de espécies aumentado, atingindo mais de 3.000 mil espécies de Bromélias, incluindo cerca de 500 espécies de Tillandsias. Obviamente, esses números ainda são variáveis (...)” (BRAGA, 2012, não paginado).

“As bromélias podem ser propagadas de forma sexuada ou assexuada. O processo sexual envolve a formação de sementes, das quais podem ser obtidas grandes quantidades delas (...). Entretanto, a propagação sexuada de bromélias é demorada, pois apenas a maturação das sementes pode levar até 1 ano após a polinização, dependendo da espécie (...)” (STRINGHETA et al, 2005, p. 165-166)[1].

“As sementes das Tillandsias estão contidas em frutos chamados de cápsulas. Elas são relativamente pequenas e tem crista, o cabelo é que promove a propagação pelo vento (anemocoria) (...). As sementes das Tillandsias são muito resistentes à secagem e ao calor, mas as mudas são muito frágeis (...). O crescimento das mudas é muito lento no inicio, mas acelera-se progressivamente. São necessários alguns anos (de 4 a 10, dependendo da espécie) entre a germinação e a primeira floração. Nas Tillandsias o florescimento varia de acordo com a espécie. Geralmente as flores duram apenas alguns dias e até mesmo horas, como no caso da Tillandsia Dyeriana, mas isso é compensado pelo grande numero de flores, às vezes dezenas, que alternadamente se abrem na base da inflorescência até o seu final (raramente em outra direção). Como em todas as angiospermas, as flores brácteas servirão (para além de proteger os ovários) para atrair os agentes polinizadores, sem que os quais o ciclo não poderá continuar. No entanto, a lista de potenciais polinizadores é bastante diversificada nas Tillandsias: Beija-flores; Borboletas; Abelhas; Besouros; Morcegos; Mamíferos e o Vento” 
“A maioria das Tillandsias é autógamas, ou seja, elas podem se polinizar e ajudar, nesta tarefa, aos agentes polinizadores, com seu próprio pólen (fato conhecido como auto-polinização) (...). Existem também algumas espécies cleistógamas, que auto-polinizam as flores enquanto elas ainda estão fechadas. A maioria das espécies de Tillandsias pode produzir muitos brotos laterais, isso é chamado de propagação vegetativa ou assexuada. Na natureza, os brotos costumam permanecer presos à planta mãe e, eventualmente, cobrindo-a já morta” (BRAGA, 2012, não paginado)[2].
 
 
Este material alvo e leve (como algodão) e que envolve as minúsculas sementes é chamado de cabelo (anemocoria); responsável por fazer as sementes flutuarem no ar e irem a diferentes "lugares e espaços".
 

[1] STRINGHETA, Ângela Cristina Oliveira. Germinação de sementes e sobrevivência das plântulas de Tillandsia geminiflora Brongn, em diferentes substratos. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciAgron/article/viewFile/2138/1246 Acesso em abr. de 2014.
[2] BRAGA, Rômulo Cavalcanti. Descrição taxonômica das Tillandsias. Disponível em: http://pro.casa.abril.com.br/group/produtoresecolecionadoresdebromliaseorqudeas/forum/topics/descri-o-taxonomica-das-tillandsias Acesso abr.14.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Epidendrum pseudodifforme surpreendente

Este Epidendrum pseudodifforme me surpreendeu por pelos menos 2 questões: o tamanho da planta em si (bem maior do que outras que possuo ou vi) e a grande quantidade de cápsulas de sementes que gerou na última florada. Numa postagem anterior que fiz sobre o pseudodifforme, mostrei uma planta pequena e com pouquíssimas flores, se comparado a este atual.
Este epidendrum possui uma característica que deve ser observada, quando resolvemos cultivá-lo: não gosta de vasos comuns, nos quais as raízes podem ficar encharcadas por causa das regas; o ideal é plantá-lo sobre pedaços de madeira ou placas, para que as raízes façam a aderência pela superfície externa da estrutura, adentrando levemente por acúmulos de substratos. Este da foto está fixado num coco seco, partido ao meio, tendo o "quengo" preenchido com casca de pinus e fibra do próprio coco, pendurado na vertical.
 
 
 
 
 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

186 - Orquídea: Rodriguezia bracteata

“Esta espécie é semelhante a Rodriguezia venusta do Estado do ES, mas só há 2 brácteas no lábio e não 8, como ocorre na Rodriguezia venusta Rchb. f.”.
Sinônimos: “Burlingtonia fragrans Lindl. 1837; Epidendrum bracteatum Vell. 1831; fragrans Rodriguezia (Lindl.) Rchb. f. 1852; Rodriguezia Venusta Cogn. 1902[i]”.
Nomes Comuns: véu de noiva; véu de noiva pobre.
Definição: “epífita e cespitosa. Rizoma inconspícuo; caule secundário espessado em pseudobulbo, ovóide, compresso, foliado no ápice, foliado na base; folhas basais oblongo-lanceoladas, ápice acuminado. Inflorescência em racemo, lateral, multiflora. Flores ressupinadas, alvas, membranáceas; sépalas sub-patentes, a dorsal largo-lanceolada, as laterais lanceoladas, coalescentes entre si até o ápice; pétalas sub-patentes, oblongas; labelo lobado, unguiculado; lobos laterais hemicirculares, lobo terminal obovado, ápice profundamente fendido, disco amarelo, provido de pares de lamelas ovais (...)”.
Hábitat/ecologia: “planta que ocorre mais frequentemente em áreas abertas e bordas de matas, crescendo bem em lugares secos e em diversas árvores (...). Suas numerosas flores brancas são de incrível beleza, fazendo com que a planta seja bastante popular ao redor das residências. Polinização desconhecida, possivelmente moscas e abelhas (...)[ii]”.
“Temos seguramente, duas espécies em Alagoas, (com suas pequenas, atraentes flores alvas, mancha amarela no labelo, ou arroxeadas): Rodriguezia bahiensis Rchb. Fº. e Rodriguezia venusta Rchb. Fº. (esta, com a sinonímia menos conhecida – Rodriguezia bracteata (Well); (Hoehne)[iii]”.

Observação endógena: esta orquídea provém da cidade de Viçosa/AL (popularmente denominada de “Princesa das Matas”), por volta de junho de 2013. Na ocasião recorri aos amigos do Blog da Bete Orquídeas e do Orquidário Faísca e eles já me afirmaram tratar-se do gênero Rodriguezia. Eu ainda não possuía nenhuma Rodriguezia, por isso não me foi possível fazer nenhuma avaliação a priori. Recentemente, a partir de jan. de 2014 ela iniciou a floração: em 7 bulbos, cada um desenvolvendo uma média de 2 hastes florais, numa quantidade superior a 130 belas flores (por mais de 25 dias), e perfume pouco destacável! Quando na aparição das primeiras flores eu recorri novamente a orquidófila e ao orquidófilo citados e eles me ajudaram a identificá-la, como sendo a Rodriguezia bracteata. 
Suponhamos que seja encontrada em boa parte d’algumas faixas de Alagoas (zona da mata; leste alagoano e parte do agreste), que compreende município como: Santana do Mundaú (zona da mata alagoana), Chã Preta (leste alagoano), Quebrangulo (agreste alagoano), Pindoba (leste alagoano), Viçosa (leste alagoano), Mar Vermelho (agreste alagoano), Capela (leste alagoano), Atalaia (leste alagoano), Maribondo (agreste alagoano), Anadia (leste alagoano), São Miguel dos Campos (leste alagoano) etc. 
Outra observação importante: é possível encontrarmos numa mesma touceira, a espécie venusta e a bracteata, diferenciadas, não somente pela quantidade de brácteas, mas também pelos detalhes arroxeados (ou rosados) presentes e destacáveis na Bracteata! 
 
 
 
 
 
 
 
Por fim, as flores se foram; mas até que duraram muito!

[i] Disponível em: http://www.orchidspecies.com/rodbracheata.htm Acesso em fev. de 2014.
[ii]Disponível em: <https://sites.google.com/site/biodiversidadecatarinense/plantae/magnoliophyta/orchidaceae/rodriguezia-bracteata> Acesso: fev. de 2014.
[iii] PEREIRA, Luis de Araújo. Álbum das Orquídeas de Alagoas. Maceió: IMA-AL/PETROBRÁS/TRIKEM; GRUPO JOÃO LIRA, 2000, p. 267.

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